13 de junho de 2023

Por que La Niña e El Niño são identificados apenas no Oceano Pacífico?

Talvez você já tenha feito essa pergunta, ou até chegou a pesquisar, mas não há muito conteúdo a respeito disso atualmente, é por isso que estamos aqui. Vamos entender, de uma vez por todas o que acontece para que esse fenômeno seja identificado apenas nesse oceano em específico, quando há outros 4 oceanos no planeta que não são levados em consideração para a classificação dos fenômenos em questão:

La Niña 2020 configurada | NOAA

A formação da La Niña e El Niño está diretamente ligado com a intensidade dos ventos equatoriais: quando mais fortes que o normal, gera ressurgência das águas mais profundas do Oceano Pacífico, provocando o resfriamento acentuado em toda a região tropical do mesmo, é aí que identificamos a La Niña. Em outro cenário, os ventos equatoriais perdem força, e as águas mais profundas deixam de ressurgir com tanta frequência, o que acaba gerando uma anomalia de aquecimento acentuado, é aí que identificamos o El Niño. A depender do quão fracos ou quão fortes estão esses ventos, vai influenciar diretamente na intensidade desses fenômenos.

Agora que você já sabe o que provoca o motivo da existência do El Niño e La Niña, podemos avançar para a próxima etapa do assunto: com isso em mente, vamos ressaltar mais um ponto muito importante para entender tudo; os ventos equatoriais citados anteriormente, existe em todo o planeta e não só sobre o Oceano Pacífico, sendo assim, o resfriamento ocorre em todos os oceanos da região tropical, correto? Não, não é bem assim! apesar dos ventos equatoriais ser de escala planetária, o aquecimento e resfriamento não ocorre simultaneamente em conjunto ao Pacífico. Temos que considerar a dimensão dos oceanos; o Pacífico é o maior oceano da terra, tanto em área ocupada, quanto em profundidade, é 1/3 do planeta. Por esse motivo, seu resfriamento acaba sendo um processo mais longo e mais duradouro, ideal para a identificação do El Niño e La Niña, e justamente pela sua dimensão, o que acontece lá, tem impactos globais, se tratando de tempo, e até do clima. É esse o motivo do fenômeno ser identificado apenas no Oceano Pacífico.

O maior oceano do planeta | InfoEscola

Entretanto, é importante ressaltar que, apesar do Oceano Pacífico ser de impacto global, os demais oceanos também tem papel importante para o comportamento do tempo local nas regiões em que estão situados. Por exemplo; o El Niño climatologicamente falando, provoca a redução das chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, porém, a situação do Oceano Atlântico, o qual banha a região, pode fazer com que esse efeito seja drasticamente diminuído. No atual El Niño 2023, a NOAA declarou uma temporada de furacões incerta no Atlântico, visto que é esperado uma anomalia de temperatura acima da média neste oceano, mesmo com a presença do El Niño, fenômeno que desfavorece o desenvolvimento desse sistema nessa mesma região. Portanto, a depender dessa anomalia, o desenvolvimento dos furacões podem seguir normalmente, por influência local do Atlântico, caso a previsão de temperatura acima da média se concretize.

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